imagem: La Belle Dame Sans Merci, 1926, de Frank Cadogan Cowper
“Tem riso que parece choro,
tem choro que é pura alegria
Tem dia que parece noite
e a tristeza parece poesia
(...)
Descobrir o verdadeiro sentido das coisas
É querer saber demais
Querer saber demais”
O Teatro Mágico, em Sonho de Uma Flauta
tem choro que é pura alegria
Tem dia que parece noite
e a tristeza parece poesia
(...)
Descobrir o verdadeiro sentido das coisas
É querer saber demais
Querer saber demais”
O Teatro Mágico, em Sonho de Uma Flauta
O que vem depois de um dia de sol escaldante? Ou depois de uma noite quase congelante? O que vem depois do cobertor ou da tatuagem?
O que vem depois da palavra ou do afago? Do fogo ou da lágrima? O que vem depois da angústia ou da insônia?
O que vem depois da curva rápida, ou uma rua sem saída? Ou depois do tropeço no pedregulho, ou do buraco na calçada? O que vem depois da sirene ou dos faróis?
O que vem depois do olho no retrovisor?
O que vem depois da sina ou da malícia? Da caça ou da captura? O que vem depois da ciranda ou do pega-pega?
O que vem depois do soluço, ou do afogamento? Da cobrança ou da desculpa? O que vem depois do pedido ou do perdão?
O que vem depois do nó na garganta ou do olhar desviado? Da trégua ou do reencontro? O que vem depois da saudade ou da despedida?
O quem depois da chuva ou do arco íris?
O que vem depois do remédio ou da lição? Do som ou da fúria? O quem vem depois da fonte ou da inspiração?
O que vem depois da entrega ou da fuga? Da rede ou do vento? O que vem depois do olhar ou da memória?
O que vem depois da carne ou da febre? Do óbvio ou do ódio? O que vem depois do suspiro ou da encenação?
O que vem depois do silêncio?
O que vem depois da vontade ou da luta? Da caminhada ou do parque? O que vem depois do salto ou dos pés no chão?
O que vem depois da tristeza ou da inocência? Do riso ou dos lábios? O que vem depois do escuro ou da resignação?
O que vem depois do abraço ou da mordida? Do alarme ou da chegada? O que vem depois da fome ou do desejo?
O que vem depois da tarde ou do beijo?
O que vem depois do deserto ou do agreste? Da sede ou do açude? O que vem depois da aspereza ou da ferrugem do portão?
O que vem depois dos quadros ou da rachadura na parede? Da pintura ou da escavação? O que vem depois da campainha ou do telefone?
O que vem depois da chave ou da porta? Da janela ou da fenda? O que vem depois do telhado ou da lua?
O que vem depois do número da casa?
O que vem depois do alarde ou do descanso? Da bebida ou da música, da tontura ou da ausência? O que vem depois do vômito ou da descarga?
O que vem depois da maré ou da bonança? Da poeira ou do gol, do grito ou da oração? O que vem depois da primavera ou da esperança?
O que vem depois do colo ou do medo? Das cores ou da leveza, do gosto ou da respiração? O que vem depois da dança ou da dúvida?
O que vem depois do esquecimento ou da imaginação?
O que vem depois da resposta ou da contradição?
Vem o doce, o salgado e o azedo. A lembrança indecisa do que ficou. Uma brisa suave e imprecisa do que é o amor.
Jânio Dias
O que vem depois da palavra ou do afago? Do fogo ou da lágrima? O que vem depois da angústia ou da insônia?
O que vem depois da curva rápida, ou uma rua sem saída? Ou depois do tropeço no pedregulho, ou do buraco na calçada? O que vem depois da sirene ou dos faróis?
O que vem depois do olho no retrovisor?
O que vem depois da sina ou da malícia? Da caça ou da captura? O que vem depois da ciranda ou do pega-pega?
O que vem depois do soluço, ou do afogamento? Da cobrança ou da desculpa? O que vem depois do pedido ou do perdão?
O que vem depois do nó na garganta ou do olhar desviado? Da trégua ou do reencontro? O que vem depois da saudade ou da despedida?
O quem depois da chuva ou do arco íris?
O que vem depois do remédio ou da lição? Do som ou da fúria? O quem vem depois da fonte ou da inspiração?
O que vem depois da entrega ou da fuga? Da rede ou do vento? O que vem depois do olhar ou da memória?
O que vem depois da carne ou da febre? Do óbvio ou do ódio? O que vem depois do suspiro ou da encenação?
O que vem depois do silêncio?
O que vem depois da vontade ou da luta? Da caminhada ou do parque? O que vem depois do salto ou dos pés no chão?
O que vem depois da tristeza ou da inocência? Do riso ou dos lábios? O que vem depois do escuro ou da resignação?
O que vem depois do abraço ou da mordida? Do alarme ou da chegada? O que vem depois da fome ou do desejo?
O que vem depois da tarde ou do beijo?
O que vem depois do deserto ou do agreste? Da sede ou do açude? O que vem depois da aspereza ou da ferrugem do portão?
O que vem depois dos quadros ou da rachadura na parede? Da pintura ou da escavação? O que vem depois da campainha ou do telefone?
O que vem depois da chave ou da porta? Da janela ou da fenda? O que vem depois do telhado ou da lua?
O que vem depois do número da casa?
O que vem depois do alarde ou do descanso? Da bebida ou da música, da tontura ou da ausência? O que vem depois do vômito ou da descarga?
O que vem depois da maré ou da bonança? Da poeira ou do gol, do grito ou da oração? O que vem depois da primavera ou da esperança?
O que vem depois do colo ou do medo? Das cores ou da leveza, do gosto ou da respiração? O que vem depois da dança ou da dúvida?
O que vem depois do esquecimento ou da imaginação?
O que vem depois da resposta ou da contradição?
Vem o doce, o salgado e o azedo. A lembrança indecisa do que ficou. Uma brisa suave e imprecisa do que é o amor.
Jânio Dias
3 comentários:
O que vem depois eu não sei. O que vem antes, com certeza, é essa sede humana de avistar longe o que só se enxergará depois que o navio fizer longa e difícil rota.
O que vem depois desse rapaz inspirado?
Espero que mais inspiração. E continua respirando poesia, isso é bom!
Beijos.
O que vem depois de ler o teu post? Um suspiro, saudade de quem a gente ama.
Vou ali no telefone declarar o meu amor.
Bisous.
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